No Meio Ambiente, precisamos derrotar o retrocesso!

Por junho 2, 2019fevereiro 28th, 2020Artigos

Este ano, três deputados noruegueses indicaram a adolescente ecologista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, ao Prêmio Nobel da Paz. Ela protesta para que o mundo preste mais atenção e aja contra mudanças climáticas – um conjunto de alterações do clima da Terra causado pelo acúmulo de gases na atmosfera, emitidos, excessivamente, por meio da queima de combustíveis fósseis (petróleo e carvão), do desmatamento de florestas naturais, da agricultura e da pecuária, e, também, da indústria.

Este assunto lhe parece distante? Greta poderia ser sua vizinha que observa que ligamos a luz, usamos veículos, produzimos alimentos e outros itens de consumo com processos industriais envolvidos. Ela pesquisa e diz: tudo isso gera a emissão de gases do efeito estufa (GEE), que eleva a temperatura média do planeta e, assim, ocorrem as chuvas intensas, enchentes e grandes secas.

Certamente, você já se pegou pensando sobre as chuvas torrenciais que temos enfrentado, recentemente, no Espírito Santo, inclusive. Esses fenômenos são chamados de “eventos climáticos extremos”. Acontecem, naturalmente, mas estão aumentando com as mudanças climáticas que Greta expõe. Outro exemplo: já observou as campanhas de combate aos mosquitos que causam dengue, zika e chikungunya? Pois bem, o aumento da temperatura do planeta favorece a proliferação de mosquitos transmissores dessas doenças.

Como solução, devemos: primeiro acabar com a destruição das florestas, pois mais da metade das emissões dos gases vem da queima delas. Ampliar a produção de energia limpa, gerada a partir da força do vento (eólica), raios solares (solar), marés e oceanos; biocombustível produzido a partir da mistura gasosa de dióxido de carbono com gás metano (biogás) e da cana-de-açúcar e milho (etanol).

Porém, o combate ao aquecimento do planeta sofre ferrenha oposição porque incomoda o grupo que lucra com a destruição das florestas e com o uso do petróleo. Este promove mobilizações para desmoralizar os cientistas que tentam alertar a sociedade sobre os riscos e a necessidade de agirmos com urgência.

No Brasil, infelizmente, esse movimento “negacionista” das mudanças climáticas domina o governo. Enquanto a maioria absoluta dos países do mundo está empenhada em contribuir para reduzir o aquecimento global e suas terríveis consequências, o governo brasileiro está acabando com tudo de bom que vinha sendo feito para proteger o meio ambiente. O Ministério do Meio Ambiente está sendo enfraquecido e isolado. Ambientalistas estão sendo, praticamente, alijados da participação na discussão das políticas públicas. Órgãos como IBAMA, Instituto Chico Mendes, Agência Nacional de Águas e Serviço Florestal estão sob controle dos ruralistas, que defendem mais destruição das florestas.

Como Greta e a maioria da população brasileira e mundial, acredito na ciência e nos alertas que os cientistas vêm fazendo há décadas. No Senado Federal, consegui adesões de parlamentares e instituímos a campanha “Junho Verde”. Estamos trazendo cientistas, empresários e ambientalistas para audiências públicas, precisamos fortalecer nossa legislação em prol do desenvolvimento com sustentabilidade. Temos de contar com a ciência para recuperar o que estragamos e para produzir prosperidade, protegendo o clima e todas as formas de vida do planeta!

Fabiano Contarato é senador (REDE-ES), presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal.