Após sessão restaurativa realizada nesta quinta-feira (01), a Justiça Federal decidiu que empresário Otávio Fakhoury, cometeu crime de homofobia (art. 140, §3º, c/c art. 141, §2º, ambos do Código Penal), após postagem ofensiva contra o senador Fabiano Contarato (PT-ES) em uma rede social.
Considerando a primariedade do réu e a ausência de violência ou grave ameaça, houve a indicação de resolução de forma restaurativa, sendo o resultado do acordo uma retratação pública, no formato de vídeo, a ser postado na rede social de origem da ofensa, o Twitter. Além disso, o empresário deverá realizar uma campanha de conscientização e combate à homofobia dentro dos próximos seis meses.
O senador capixaba comemorou o resultado e reforçou que essa decisão é um importante reconhecimento por parte da Justiça. “Este caso inspirará outras vítimas de preconceito a não deixarem crimes dessa natureza passarem impunes. No entanto, temos que refletir se a legislação atual, que permite acordos nestes casos, está ajustada aos anseios da sociedade, no sentido de punições mais rigorosas a todos aqueles que aviltam a dignidade de grupos vulneráveis”, disse Contarato.
Confira aqui o vídeo publicado no Twitter
ENTENDA O CASO:
Fakhoury publicou, em 12/05/2021, em sua conta pessoal no Twitter, ofensa homofóbica dirigida ao senador capixaba, que é declaradamente homossexual, no contexto da CPI da Pandemia. No tweet, Fakhoury afirmou que “o delegado homossexual assumido talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário. Qual seria o perfumado que o cativou?”. Tal comentário foi feito a partir de uma postagem de Contarato com um erro de grafia, em que houve a troca do termo “flagrancial” por “fragrancial”.
Ambos protagonizaram um embate de ampla repercussão nos trabalhos da CPI, em 30/09/2021, durante o depoimento do empresário, acusado de financiar canais de disseminação de fake news no contexto da pandemia. Após ampla solidariedade de parlamentares governistas e de oposição, Otávio Fakhoury chegou a pedir desculpas “a todos que se sentiram ofendidos”, e afirmou que foi um comentário “infeliz” e que “não teve a intenção de ofender”.