O senador Fabiano Contarato (PT-ES) protocolou no Ministério Público Federal (MPF) uma representação contra o pastor André Valadão pelo crime de racismo, após discurso de ódio contra pessoas LGBTQIA+. No documento, o parlamentar pede a prisão preventiva de Valadão e o pagamento de reparação por danos morais coletivos em, no mínimo, R$ 1 milhão.
A representação é uma resposta contra o discurso de ódio feito por Valadão durante um culto nos Estados Unidos e transmitido pelas redes sociais, no último domingo (2). Na ocasião, o pastor afirmou que: “agora é hora de tomar as cordas de volta e dizer: ‘não, pode parar, reseta’. Aí Deus fala, ‘não posso mais, já meti esse arco-íris, se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, então, agora está com vocês’. Você não pegou o que eu disse: agora está com você. Eu vou falar de novo: está com você.”
Ao solicitar a prisão preventiva, que não tem prazo para acabar, Contarato destacou que “o representado praticou, de forma reiterada, crime de racismo previsto no art. 20, §2º-A, da Lei 7.716, de 1989 (Lei do Racismo), motivo pelo qual impõe-se medidas urgentes, com o objetivo de cessar discurso de ódio proferido pelo representado, bem como puni-lo pelos atos praticados”. Caso o MPF não entenda pela prisão, o senador pede que sejam fixadas medidas cautelares.
O senador reforça que André Valadão age de forma reiterada contra a comunidade LGBT. “Durante o mês de junho, o pastor bolsonarista fez diversas manifestações racistas contra a comemoração do mês do orgulho LGBTQIA+. Em um culto na mesma igreja de Orlando, ele chegou a comparar gays a criminosos e afirmar que ‘ao lado de imorais, os homossexuais herdarão o Reino de Deus’”, afirma Contarato.
De acordo com o parlamentar, os fatos reforçam que a conduta de André Valadão não se restringiu a uma pessoa determinada, mas a todo o grupo de pessoas LGBTQIA+, sendo que, mesmo estando em solo estrangeiro, praticou crime contra uma coletividade de pessoas, incluindo brasileiros, pois o vídeo transmitido pelas redes sociais foi visualizado em todo o território nacional.
Pelo ataque contra a comunidade, Contarato pede que seja fixada uma reparação por danos morais coletivos no valor mínimo de R$ 1 milhão. O senador pede que a reparação seja destinada ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.