Senado premia pessoas e instituições que incentivam adoção tardia

Por junho 20, 2023Notícias

Homenageando pessoas e instituições que atuam para incentivar e viabilizar a adoção de crianças e adolescentes fora do perfil procurado pela maioria das famílias, o Senado Federal promoveu na manhã desta terça-feira (20) a entrega do Prêmio Adoção Tardia – Gesto Redobrado de Cidadania, uma iniciativa do senador Fabiano Contarato (PT-ES).

“Hoje, 4.400 crianças e adolescentes estão em algum abrigo do Brasil e buscam um lar, uma família e uma nova história. A maioria tem entre 8 e 17 anos, idades menos procuradas pelos adotantes. A cada não que esse grupo recebe, uma oportunidade de construção de família e de amor é frustrada. Precisamos nos unir, incentivar e reconhecer iniciativas, pessoas e instituições que estimulam a adoção e, mais ainda, a adoção tardia”, destaca o senador Contarato.

Essa foi a segunda edição do Prêmio e foram homenageados o Conselho Nacional de Justiça, o Grupo de Apoio à Adoção Raízes e Asas, Ewerton Nicoli, juiz da Vara da Infância e Juventude de Colatina, no Espírito Santo, Sandra Maria Teodora Amaral, do Grupo de Apoio à Adoção de Volta para Casa, de Divinópolis em Minas Gerais, e o Tribunal de Justiça de Pernambuco.

Na sessão especial, os agraciados defenderam a necessidade de o país tornar esse processo mais inclusivo, célere, simplificado e solidário, proporcionando a construção de vínculos de amor familiar aos pequenos que sonham com esse encontro enquanto vivem em instituições de acolhimento.

O juiz Ewerton Nicoli, da Vara da Infância e Juventude de Colatina, no Espírito Santo, agradeceu o reconhecimento ao projeto do Tribunal e salientou a importância de avançar para colocar em posição de destaque a criança e o adolescente na adoção e não o pretendente. “A adoção tardia se torna mais difícil a cada dia. Por isso, são importantíssimas as iniciativas como as campanhas de busca ativa realizadas pelos poderes Judiciário e Legislativo, atitudes pioneiras que hoje possuem força e fazem a diferença. Foram muitas as adoções que conseguimos com essas parcerias. São vitórias que nos fazem caminhar e progredir. Precisamos dialogar com a sociedade sobre a adoção e trazer as pessoas para conhecerem a realidade das instituições de acolhimento”, destacou o magistrado.

O senador Fabiano Contarato presidiu a premiação e enfatizou que “o amor não tem idade, não tem sexo, não tem cor da pele. O amor simplesmente existe. A adoção transforma vidas: dos pais e dos filhos. Eu, Rodrigo, Gabriel e a Mariana somos a prova disso. Com os meus filhos, descobri o que é felicidade.”

Em um apelo emocionado, Contarato reforçou que “o Poder Público e as instituições precisam ter um olhar humanizador, de se colocar na dor do outro. A constituição familiar não tem regra, família é onde se planta e colhe amor. Não há uma forma de família, existem pais e mães monoparentais, famílias homoafetivas, como a minha. Um família heterossexual não é melhor que a minha. Vamos exercer mais o amor, nos desprender das amarras por questões fundamentalistas. Precisamos exercer mais o amor, o respeito, a caridade, o perdão. O Deus que eu acredito não está acima de todos, está no meio de nós. Adotar é um ato de amor, por isso, faço um apelo nacionalmente: se quer ser pai ou mãe, adote! Ainda há muitas crianças e adolescentes esperando por essa transformação nos abrigos de todo o país. Essas crianças só têm amor para dar. Um amor incondicional. Devemos trabalhar para mudar o cenário e, além disso, reconhecer quem não estabelece barreiras para a adoção.”