Comissão aprova pedido de Contarato para governo afastar presidente da Funai

Por julho 6, 2022Notícias

A comissão temporária de parlamentares que investiga os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips aprovou, nesta quarta-feira (06), requerimento do senador Fabiano Contarato (PT-ES) solicitando ao governo federal o afastamento imediato do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Providências junto aos governos da Colômbia e do Peru para reforçar a segurança nas fronteiras na região do Vale do Javari, além de reforço na segurança na região para indígenas e servidores, também foram solicitações aprovadas. O relatório com os requerimentos foi elaborado após diligência em Atalaia do Norte (AM) e Tabatinga (AM), feita na semana passada pelos parlamentares.

Vice-presidente do colegiado, Contarato alerta para “a gritante ausência do Estado brasileiro na região, ressaltando que a economia local é em grande parte dominada pelo poder do tráfico de drogas e da exploração ilegal dos recursos naturais das terras indígenas, como minerais, madeira, pescado e caça. A omissão da Funai tem facilitado a vida dos criminosos e ameaçado a população indígena na região do Vale do Javari e em todo o país. A atuação da direção da Funai revela cabal desrespeito aos direitos dos povos indígenas e conflito com suas atribuições institucionais. A atual política do órgão tem transformado indígenas e ativistas em verdadeiros alvos de criminosos. É preciso urgentemente afastar o presidente da Funai do cargo”.

Conforme explica Contarato, o crime exerce um controle de fato sobre as atividades na região, que envolvem o financiamento de expedições, cujos elevados custos com combustível, embarcações, mantimentos e outros insumos são demasiadamente caros para que possam ser suportados pelos humildes habitantes daquele local.

“Mesmo a morte e o ocultamento dos corpos e pertences de Dom e Bruno envolveram os esforços de várias pessoas, o que desperta um justificado receio de que tenha havido coordenação e um mandante”, frisa o senador.

Com informações da Agência Senado.