Contarato pede que Senado faça voto de censura a assessor de Bolsonaro por gesto associado a supremacia branca

Por março 26, 2021Notícias

Em requerimento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) pediu inserção, em ata, de voto de censura a Filipe Garcia Martins Pereira, Assessor-Chefe da Secretaria de Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, “pelos gestos racistas e preconceituosos usados durante a 19ª Sessão de Debates Temáticos realizada no Plenário do Senado Federal, em 24 de março de 2021”.

Segundo salienta o pedido, Filipe realizou gestos compatíveis com o movimento supremacista branco durante o discurso de Pacheco. O gestual, capturado pelas câmeras da TV Senado e transmitidos para todo o mundo, remonta à sigla WP, que significa ‘White Power’ ou, em português, ‘Poder Branco’. Tal gesto tem sido amplamente replicado por membros de grupos de extrema-direita e por simpatizantes do movimento supremacista branco em protestos e redes sociais por todo o mundo.

“O Sr. Filipe Martins, juntamente com o Ministro Ernesto de Araújo, é responsável direto pela omissão do governo federal que resultou no caos em que vivemos, com mais de 300 mil vítimas da Covid-19. Quando não se omitem, esses indivíduos atuam em sentido diretamente contrário àquele que se desejaria: criam atritos diplomáticos com os países dos quais dependemos para obter insumos farmacêuticos e vacinas. É a política do genocídio que se estrutura nos diversos ministérios do governo Bolsonaro”, afirma o senador.

Contarato também cobra que o Senado Federal, por intermédio da Polícia Legislativa e da Secretaria Geral da Mesa, investigue pronta e exaustivamente o episódio em razão de sua grave ofensa ao Senado e ao Brasil, fato piorado por ocorrer em sessão que debatia a morte de 300 mil brasileiros vítimas de Covid-19.

“O gesto por si só pode representar um convite à manifestação e à ação de grupos supremacistas brancos que são, tradicionalmente, conhecidos por sua violência e virulência. Vislumbra-se, portanto, o cometimento de uma série de crimes, como, por exemplo, o de incitamento à discriminação com base em raça e etnia (art. 20, Lei nº 7.716, de 1989)”, alerta o senador.